O artigo trás uma revisão interessante sobre o atual conhecimento sobre a migranea vestibular, abordando desde os aspectos epidemiológicos, apresentação clínica, patogênese e possíveis tratamentos.
Segue abaixo os principais pontos do artigo. Os que quiserem ler o artigo completo a referência se encontra no final.
- Tontura é mais comum em migranosos quando comparada com pacientes com outros tipos de cefaleia, sugerindo um link patológico entre migranea e tontura.
- Diferente de uma aura típica de migranea, a qual pode durar de 5-60 minutos, os sintomas vestibulares dos pacientes com migranea vestibular pode persistir por horas até dias.
- A vertigem paroxística benigna da infância é considerada uma manifestação da migranea vestibular e tem prevalência de 3%
- A prevalência de 2,7% e 1% de migranea vestibular nos EUA e na Alemanha, respectivamente.
- Maior incidência em mulheres (1,5-5:1 mulheres:homens)
- Início dos sintomas vertiginosos entre 8 e 50 anos, com pico entre 30-40 anos. O intervalo ele o início da migranea e os sintomas de migranea vestibular é de aproximadamente 8 anos.
- Até 40% dos pacientes com migranea vestibular apresentam sintomas auditivos intermitentes, tais como sensação de pressão no ouvido ou zumbido.
- Pacientes que com diagnóstico de migranea sem a apresentação concomitante de sintomas de migranea e sintomas vestibulares serão classificados como migranea vestibular provável.
- Na migranea vestibular, os sintomas são geralmente desencadeados por mudança de posição, movimentação, movimentos no campo visual.
- A duração dos sintomas: regras dos 30 – 30% dura minutos, 30% dura horas e 30% dura dias.
- Qualquer doença vestibular pode ser complicada com sobreposição de episódios de migranea, no caso a migranea vestibular não será a culpada.
- Vertigem também pode ser manifestação de migranea com aura de tronco, entretanto, não temos na migranea vestibular a presença de outros sinais tronco.
- Os achados laboratoriais são bastante variáveis entre pacientes com migranea vestibular. Três recentes estudos demonstraram oVEMP alterado e cVEMP normais nestes pacientes.
- Pacientes com migranea vestibular apresentam: alteração no teste de organização sensorial; aumento do Sway na posturografia; comprometimento da audição em 8% dos pacientes.
- As alterações encontras na avaliação clínica do paciente com migranea vestibular: alteração do seguimento lento (48% dos pacientes); nistagmo espontâneo (10% dos pacientes); nistagmo posicional central ou evocado pelo olhar (28% dos pacientes).
- A “desmodulação sensitiva” a qual é uma habituação e potenciação das respostas sensitivas inadequadas estão implicadas na patogênese da migranea
- Os núcleos nociceptivos se projetação para o sistema trigeminovascular e núcleo vestibular o que pode modular a atividade neuronal nestes locais.
- Em geral o tratamento em pacientes com migranea vestibular pode ser feito com mudança de estilo de vida, ajuste na dieta, medicações, reabilitação vestibular e atividades que melhorem a percepção de orientação espacial.
- Não há evidência no tratamento profilático da migranea vestibular: verapamil, lamotrigina e topiramato.
- Há evidência fraca para o tratamento profilático da migranea vestibular: flunarizina, antidepressivos tricíclicos, venlafaxina e ácido valpróico.
- Evidências para tratamento abortivo da migranea vestibular: zolmitriptano e sumatriptano.
- Reabilitação vestibular é útil afim diminuir a dependência visual e sintomas desencadeados por estímulos visuais conflituosos.
- Atividades que desenvolva a percepção espacial e coordenação corporal pode ajudar os pacientes.
Artigo completo: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0333102419869317
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